sábado, 20 de março de 2010

''(...) estou aqui por puro amor"

Tanto tempo sem escrever que eu já não sei se as palavras ainda me acompanham. Mas como não custa nada tentar..
O caso é que minha gata morreu. Bom, tecnicamente ela sumiu faz uma semana e um dia, e pensar assim faz com que eu me acalme. Ela tem chances de voltar. E passinho a passinho, vou me acostumando sem ela.
Incrível é o ser humano, por conseguir se acostumar com as coisas mais dolorosas só se utilizando de ilusões - porque pra mim minha gatinha era mais do que só uma gatinha. Cobramos tanto a sinceridade e, na hora de cobrarmos de nós mesmos, nos sentimos contentes de poder criar a mentira que quisermos.
Será tolo aquele que é completamente transparente? Será que existe alguém capaz de cometer uma tolice dessas?
Não sei, e não importa. Nesse ponto, de qualquer forma, só me resta aproveitar o que sobrou. E que pelo visto está miando por carinho.
Com sua licença.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Ao som de Mandrake e os Cubanos

Sou nostálgica,mas quem não é? Ainda acho incrível como certas coisas me lembram outras mais antigas (acabo de lembrar de um post da minha prima) e sempre penso que estou envelhecendo. Há. Dezesseis e se achando velha, oh deus.
Ontem, zapeando, achei um desenho que via quando era primário. Juro que consegui ouvir minha mãe mandando eu abaixar o volume da TV, meu irmão ouvindo música no computador da sala e a vizinha de baixando gritando ''FLUUKKIII!''. Isso era frequente a uns seis anos atrás.
Eu concordo com o cara - não lembro mesmo o nome - que disse que deveríamos morrer primeiro e terminar a vida voltando pro útero quentinho e aconchegante. Eu tenho medo do futuro, não quero crescer, não sei crescer.
Lembrei agora de alguém cantando uma música no Raul Gil, sempre assistido na casa da Gecy, uma da Elis Regina:
''- Mas é você que ama o passado e que não vê que o novo sempre vem..''
É verdade, Elis. Eu não vejo o novo e -maldito!- sempre acabo tropeçando nele.

sábado, 24 de outubro de 2009

Reflexões instantâneas de sábado

Eu saí da cozinha. Pensei que poderia ser indelicadeza, mas decidi que não - eu estava em minha própria casa. Deitei (aparentemente) tranquila e forcei os dentes uns contra os outros, até a mandíbula doer. Concluí então sobre aminha dispensabilidade.
Entendi que eu sou completamente substituível na vida de qualquer um, mas que outras pessoas não são. Já havia tido minha voz subjugada varias vezes para comprovar meu pensamento, sendo a escrita apenas a confirmação oficial.
Que fique claro que não culpo a ninguém, de forma alguma. Eu que, de algum jeito, me tornei uma pessoa incapaz de transparecer maturidade ou esperteza. Sou um alguém sem simpatia, sem luz, sem nada.
Como cheguei nesse ponto? Também me tornei incapaz de responder às minhas próprias perguntas.


quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Eu tento te esquecer
Mas tudo que eu escrevo
É sobre você

Eu não posso me enganar
Fingir que estou bem
Porque não estou

Preciso de você
(Uh uh uh)
Preciso de você
Essa noite

E hoje estou aqui
Só pra te cobrar
O que você disse
Que iria ser pra sempre
Mas não foi assim
Agora o que me resta
Escrever nessa Carta
Pra lembrar

Eu passo tanto tempo
Só te procurando
Em um outro alguém
Mas não posso me enganar
Sinto sua falta
E ninguém pode ver

Preciso de você
(Uh uh uh)
Preciso de você
Essa noite

quinta-feira, 3 de setembro de 2009


Ontem fui olhar as estrelas e lembrei-me de você. Você que parecia iluminar-me, que parecia tão constante... muda como mudam essas estrelas.
Foquei melhor a Lua e vi-a como uma criança vê algo novo: algo de receio se mistura ao fascínio e à curiosidade. Olho bem as crateras e lembro que em mim também há buracos, alguns mais profundos e infinitos que os da Lua. Olho pra minha estrela, agora a olho nu, e reflito que pensar em você leva a considerações sobre mim mesma e percebo, num susto, que não conheço a você, que talvez não conheço nem mesmo a mim!
E eu falo de 'você' como se você realmente existisse pra mim.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Branco, primeiro. De um branco
De inocência, cego,
Branco de ignorância, branco.

Pronto verdeja o veneno.
Abre janelas o corpo.
O branco torna-se negro.

Guerra de noites e dias!
O vento assassina a brisa,
A brisa ao vento...
Na brisa
Vem conquistando o branco.
Branco verdadeiro, branco
Já de eternidade, branco.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Amor_branco


Eu não consegui achar o poema de Bandeira que eu queria pra por aqui. Nem o meu livro que o tem, nem mesmo na minha ex-amada internet.
De qualquer forma, ele dizia algo como ''Branco/ branco verdadeiramente branco'', e eu fiquei por semanas tentando decorá-lo até que decidi que eram brancos demais pra minha cabeça.
Mas hoje, quando vi meu Lucas entrando depois de uma semana, com calça branca e camisa combinando, foi a primeira coisa que me veio a cabeça:
'' Verdadeiramente branco''
Agora eu já não sinto saudades; agora eu já não vago pelo quarto quase vazio; e (quase) não sinto saudades do seu perfume desfilando pela porta do meu quarto depois do banho.
Agora, tudo o que eu quero, é deixar a minha mente em branco, Lucasmente em branco.